Vet Paula Silverio

Febre Familiar do Shar Pei

A febre familiar do Shar Pei é uma condição que preocupa muitos tutores dessa raça. Essa doença hereditária pode se manifestar por meio de episódios recorrentes de febre alta e inflamações dolorosas. No entanto, o desconhecimento sobre o quadro pode retardar o diagnóstico e o tratamento, o que pode agravar as consequências da doença. Por isso, entender os sintomas, as causas e as melhores práticas para lidar com essa condição é fundamental para garantir a qualidade de vida do seu Shar Pei. Neste artigo, vamos explorar em detalhes o que é essa febre, como ela afeta os cães e quais medidas tomar para gerenciá-la.

O que é a febre familiar dos Shar Pei?

A febre familiar dos Shar Pei, também conhecida como síndrome febril periódica, é uma doença genética que afeta essa raça de forma exclusiva. Ela se caracteriza por episódios recorrentes de febre e inflamação, com maior incidência nas articulações, especialmente nas patas traseiras, e na região do focinho. Esses episódios são imprevisíveis, e, em muitos casos, podem ocorrer sem uma causa aparente. A condição é causada por uma mutação genética que interfere na capacidade do corpo de regular a inflamação, levando a crises de dor e desconforto.

Além disso, essa doença está associada a uma predisposição a desenvolver amiloidose, uma condição mais grave em que proteínas anormais se acumulam nos órgãos, principalmente nos rins, comprometendo suas funções. Embora a febre familiar seja exclusiva dos Shar Pei, a amiloidose também pode afetar outras raças, como Chow Chow e Beagle.

Esse acometimento é exclusivo de Shar Pei?

Quando falamos de febre familiar, sim, essa condição genética é restrita aos Shar Pei. No entanto, é importante entender que a febre familiar e a amiloidose, muitas vezes associadas, não são a mesma coisa. Enquanto a febre familiar é exclusiva dos Shar Pei, a amiloidose pode ocorrer em outras raças, como Chow Chow e Beagle, devido a diferentes predisposições genéticas. Por isso, é crucial diferenciar essas duas condições.

Os Shar Peis são particularmente vulneráveis à febre familiar devido à sua constituição genética única. A pele enrugada, uma das características mais marcantes da raça, está relacionada a uma mutação que afeta o sistema imunológico e os processos inflamatórios. Dessa forma, os episódios de febre e inflamação acabam sendo consequências diretas dessa mutação.

Principais sintomas

A identificação precoce dos sintomas é essencial para manejar a febre familiar dos Shar Pei. Os principais sinais incluem:

  • Episódios recorrentes de febre alta: As febres podem ser súbitas, com temperaturas ultrapassando 39,5°C e durando entre 12 a 36 horas. Esses episódios podem ocorrer de forma intermitente e sem aviso prévio.
  • Inchaço nas articulações: As articulações, particularmente nas patas traseiras, podem ficar inflamadas e doloridas. O cão pode mancar ou demonstrar dificuldade para caminhar.
  • Inchaço no focinho: Um sintoma característico é o inchaço na região do focinho, muitas vezes acompanhando a febre.
  • Letargia e apatia: Durante os episódios febris, os cães tendem a ficar apáticos, cansados e podem perder o interesse por atividades que normalmente gostam, como brincadeiras ou caminhadas.
  • Perda de apetite: A falta de apetite é um sintoma comum, principalmente devido ao desconforto causado pela febre e pela inflamação.
  • Vômitos e diarreia: Em alguns casos, o Shar Pei pode apresentar problemas gastrointestinais durante os episódios febris.

Se o seu cão apresentar esses sintomas, é crucial procurar ajuda veterinária imediatamente. A febre familiar, quando não tratada de forma adequada, pode resultar em complicações, como a já mencionada amiloidose.

O que fazer agora?

Ao observar qualquer um dos sintomas mencionados, o primeiro passo é levar o seu Shar Pei ao veterinário. Um diagnóstico rápido e preciso é vital para começar o tratamento adequado. Embora não haja cura definitiva para a febre familiar dos Shar Pei, é possível gerenciar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do cão.

O tratamento geralmente envolve o uso de anti-inflamatórios e medicamentos que ajudem a controlar os episódios de febre e a inflamação. Em alguns casos, os veterinários podem prescrever medicamentos imunossupressores para reduzir a frequência e a gravidade dos surtos.

Além disso, é importante realizar um acompanhamento regular da saúde do seu Shar Pei, com exames de função renal para detectar possíveis sinais de amiloidose. Um estilo de vida saudável, com alimentação adequada e controle do estresse, também pode ajudar a diminuir a frequência dos episódios febris.

Manter-se bem informado e atento aos sinais pode fazer toda a diferença no bem-estar do seu cão. Por isso, nunca subestime a importância de procurar orientação veterinária ao menor sinal de febre ou desconforto.

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